Subsídio cruzado, qualidade do serviço e manutenção de empregos são alguns dos pontos que geram controvérsia.
O presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Thiago Toscano, apresentou os argumentos do governo favoráveis à desestatização da Companhia de Saneamento do Estado (Copasa), em audiência da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta quarta-feira (2/12/20). Suas explicações não convenceram, no entanto, sindicalistas presentes e a deputada Beatriz Cerqueira (PT), que solicitou a reunião.
Thiago Toscano evitou o termo privatização, por acreditar que ele dá a entender apenas uma das possibilidades de desestatização, a venda de toda a participação acionária do Estado na empresa. Outras formas em análise, inclusive em estudo autorizado pelo governador sobre a melhor alternativa para se desfazer da estatal, preveem a venda de apenas parte das ações, com a transferência do controle da companhia, ou a reorganização da empresa, com a divisão dos serviços de água e esgoto, por exemplo.
O titular dos serviços públicos de abastecimento e esgotamento sanitário, contudo, continua sendo em todos os cenários o poder público, mais precisamente, os municípios. Segundo o presidente do Indi, nem mesmo as menores cidades e aquelas em regiões menos desenvolvidas saem perdendo, pois elas podem organizar processos licitatórios para escolher a empresa que lhes oferecer maiores benefícios, estabelecendo até mesmo as tarifas, ou se organizarem para prestar diretamente esses serviços.