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Viçosa-MG: Saiba como vai funcionar primeiro banco genético de cannabis que Universidade Federal quer construir

Conclusão das obras está prevista para o início de 2025, quando o local poderá começar a receber e cultivar as sementes.

Publicada em 08/11/2024 às 11:26h - 1033 visualizações - Mayco Lima

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Viçosa-MG: Saiba como vai funcionar primeiro banco genético de cannabis que Universidade Federal quer construir

Bancos de germoplasma são locais criados para conservar materiais genéticos de uma ou mais espécies de animais, vegetais e microrganismos. Armazenados, eles formam um grande patrimônio de informações genéticas que podem ser usados por gerações futuras para pesquisas e cultivo de plantas mais produtivas e adaptadas a diferentes climas, solos e necessidades dos agricultores e do mercado.

É pensando no futuro que uma iniciativa da Universidade Federal de Viçosa (UFV) busca ao construir o primeiro banco genético da planta Cannabis sativa no Brasil.

Segundo informações da instituição, o banco será construído em uma área de quase um hectare no Vale da Agronomia da universidade, com segurança reforçada.

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“A área está praticamente pronta e teremos três áreas de cultivo externo com iluminação suplementar e uma casa de vegetação com 450 metros. Agora, estamos começando a construção do alambrado para cercar o local de plantação”, revela o professor Derly José Henriques da Silva, que está à frente do projeto.

O professor também explica que o laboratório de Recursos Genéticos do Departamento de Agronomia será utilizado e, além disso, haverá um local de extração de óleos. “Os estudantes da universidade terão possibilidades de fazer estágio, mestrado e doutorado com as plantas de cannabis e com os laboratórios”, acrescenta Derly.

O projeto da UFV que envolve a Cannabis prevê a coleção apenas das sementes das variedades, mas poderá se estender, por exemplo, para a cultura de tecidos no futuro. Conforme Derly, o objetivo é coletar sementes de até cinco mil tipos diferentes de plantas de Cannabis.

A conclusão das obras está prevista para o início de 2025, quando o banco poderá começar a receber e cultivar as sementes.

“Com a construção do banco pretende-se entender o comportamento da planta no país e fornecer material de pesquisa para os mais diversos fins. Fico feliz por inserir o nosso país nessa pesquisa tão promissora, pois a Cannabis será mais uma commodity brasileira”, diz o professor.

Cultivo de sementes

Para criar a coleção, o banco precisa receber doações de todas as regiões do país e do mundo. As sementes serão importadas de bancos de germoplasma certificados e de cultivos que já acontecem em solo nacional, por meio de associações e de pacientes que têm o direito de cultivo pela Justiça.

Com o tempo, o banco também poderá doar variedades para outras instituições, praticando, assim, o intercâmbio de recursos genéticos.

Uma vez recebidos os diferentes tipos de plantas, o próximo passo será plantar as sementes, o que vai permitir descrever e registrar cientificamente as características e condições de adaptabilidade da planta.

O professor revela que os dados gerados permitirão conhecer a capacidade produtiva e o melhor potencial de aproveitamento dos subprodutos.

Depois de passar por essas fases, a planta ganha uma espécie de passaporte com dados que serão disponibilizados para a comunidade científica, instituições e empresas conveniadas que estejam interessadas no cultivo ou na produção de híbridos para determinados fins comerciais.

"As informações sobre as plantas serão públicas e estarão, inclusive, em publicações científicas, mas o acesso aos diferentes tipos de plantas será feito mediante convênio com empresas interessadas”, explica Derly.

Potencial da Cannabis

Conforme Derly Henriques, a Cannabis é uma planta comercialmente muito promissora. Por ter raízes profundas, protege o solo e pode ser cultivada em áreas degradadas, uma vez que a produção de biomassa ajuda no sequestro de gás carbônico (CO2), um gás causador do efeito estufa.

Além disso, o crescimento rápido, com produção de flores em cerca de cinco meses, permite que ela seja cultivada em rotação com soja e outras culturas, podendo elevar a produtividade. Derly também explica que é nas flores que estão os canabinóides psicoativos.

O caule e as folhas podem ser aproveitados para a obtenção de cânhamo, uma fibra usada para a produção de roupas e até de materiais de construção. Com alto teor de canabidiol (CBD), esse composto não tem efeitos psicoativos, mas tem um grande potencial medicinal e terapêutico.

A semente também é rica em proteínas e óleos, com potencial de aproveitamento para a indústria de alimentos e fármacos.

FONTE - G1 ZONA DA MATA




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